segunda-feira, 22 de julho de 2013

Da coluna de Carlos Brickmann!!!

Córrego Baquirivu, em Guarulhos, despeja 60 toneladas de esgoto por dia no Rio Tietê (Foto: Ernesto Rodrigues / AE)
O Córrego Baquirivu, em Guarulhos (SP), despeja 60 toneladas de esgoto por dia no rio Tietê: saúde começa no saneamento básico (Foto: Ernesto Rodrigues / AE)
Nota da coluna de Carlos Brickmann publicada hoje por diversos jornais
MEXENDO NO PROBLEMA ERRADO
Não é questão de nacionalidade: um dos maiores médicos do Brasil foi um ucraniano, Noel Nutels, que levou a saúde pública às áreas indígenas da Amazônia. A questão é outra: é que o Governo criou uma enorme polêmica por achar que Saúde é Medicina. E não é: Medicina é a última etapa na luta pela saúde.
A saúde começa pela engenharia – saneamento básico. A água potável e os esgotos reduzem o número de doentes (e derrubam a mortalidade infantil).
Educação é o segundo passo: quem lava as mãos e cuida da higiene básica, mantém o mosquito da dengue à distância, assegura a limpeza dos animais domésticos e cuida de seu lixo tem mais condições de evitar doenças.
Condições de vida são importantes: roupas e calçados minimamente adequados, alimentação suficiente, moradia saudável fazem milagres.
Se uma pessoa educada, com acesso a saneamento básico, alimentação e moradia, devidamente vacinada, mesmo assim fica doente, então cabe à medicina cumprir seu nobre e insubstituível papel de cura.
Em resumo, não adianta trazer grandes especialistas mundiais sem que a população tenha condições adequadas de vida.
Tem? Não, não tem.
E não falemos de periferias: Guarulhos, na Grande São Paulo, segunda maior cidade do Estado, 13ª do país, com 1,2 milhão de habitantes, onde está o maior aeroporto internacional do Brasil, não trata nem metade dos esgotos que lança no rio Tietê.
A propósito: sem seringas, termômetro, um medidor de pressão, um medidor de glicemia, alguns remédios, que é que se espera de um médico? Milagres?
A razão da crise
O presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, falando em Porto Alegre, mostrou um número significativo, transcrito pelo bom blog de Fernando Albrecht: um americano com salário médio trabalha dez minutos para comprar um Big Mac; um alemão, 16 minutos; um brasileiro, 42 minutos.
E é provável que EUA e Alemanha usem carne brasileira.
Os saltimbancos
1 – O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, quer que Dilma Rousseff reduza o número de ministérios de 39 para 25. OK, a ideia não é ruim. Mas por que 25, e não 23, 27 ou 29?
Por nada: ele gosta de 25, pronto. E deve achar que o número de ministérios nada tem a ver com as necessidades do governo – tanto que cita o número sem qualquer estudo administrativo.
Henrique Alves: 25 é um número de sorte (Foto: AE)
Henrique Alves: 25 é um número de sorte (Foto: AE)
Será que Henrique Alves quer economizar dinheiro público? Não deve ser isso, não: o jantar em que reuniu a bancada do PMDB, dia 16, custou R$ 28.400 à Presidência da Câmara.
Foram R$ 355,00 por pessoa, sem bebidas. Um esplêndido restaurante, como o Tatini, de São Paulo, não cobra nem a metade disso.
2 – O prefeito de Paulínia (SP), Édson Moura Jr., do PMDB, tomou posse e anunciou imediatamente o Passe Livre na cidade. A passagem custava R$ 1,00.
Será que o prefeito fez questão de ouvir a voz das ruas? Não deve ser isso, não.
Já nomeou a madrasta, Regina de Mattos e Moura, secretária da Promoção Social. Talvez retribuindo a bondade do pai, Édson Moura, candidato à Prefeitura barrado por não ter a ficha limpa.
Moura, na véspera da eleição, renunciou à candidatura em favor do filho. Como não havia tempo para registrar o nome do novo candidato, Moura Jr. se elegeu usando o nome do pai. Em seguida nomeia a esposa do pai.
Gratidão é uma virtude. Pena que com dinheiro público.

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